Amei a adaptação, a versão atualizada de "Arrombou a Festa" da Rita Lee, a roqueira tá de parabéns, falou e disse!!! "Se não rebolar, pode crer que o barco afunda Quem não tem talento, esquece a voz e mostra a bunda Descia lá do morro a erva e o pó, Mas a droga do momento é a Eguinha PocotóArtista no Brasil é f**ido e mal visto Por falta de cachê até o Gil virou ministro!" DESLIGUEM OS RÁDIOS!!!!!
Em seu antigo programa da MTV (não assino a TV a cabo, infelizmente), Marcos Mion tira o sarro do clipe da música "Pé de Bode" (mais conhecida como "PQP, Pisa no freio, Zé!" gravado na praia do Rio de Janeiro , da dupla sertaneja ( e de canastrões) Cezar e Paulinho.O engraçado é o clipe começar com a música "S.O.S. Brasil" do Cidade Negra (ainda com o Toni Garrido, como vocalista) e um monte de propagandas (de cerveja, de autoposto...)E bota pior nisso! PQP, mesmo!!
Mistériode 40 anos de carreira de Sílvio Santos (Senor Abravanel,Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1930)desvendado :Para a menininha Maísa (Maísa Silva Andrade, São Bernardo do Campo, 22 de maio de 2002)é uma curiosidade. Para nós, os grandões, não é novidade alguma:ouvimos tanto falar, mas Sílvio nunca quis assumir e, quando a Maísa, sem querer, desdendou o tal mistério de décadas em um dos programas, o homem do Baú ficou muito sem graça e tentou fugir do assunto. Vejam:
...dois artistas que amo um monte fazem aniversário:
♥Roberto Carlos (19/04):Meu Rei, felicidades pra você e para o seu meio século de carreira e de reinado!!!!Que continue com sua carreira fazendo emoções e um excelente show no dia 16 de maio em Floripa!!![já que é bem provável não posso ir ♥Rildo Hora (20/04):O mestre faz 70 anos!!Muitas felicidades, sucesso e que continue fazendo suas lindas produções como faz nos CD's do Zeca Pagodinho,Dudu Nobre e Grupo Fundo de Quintal.
Obrigado a todos que estiveram nos nossos shows e nas rádios no Rio de Janeiro, muito bom ver todo mundo cantando com a gente! Dia 30 tem mais!!! Esperamos todo mundo lá!!! VALEU!!!
Eu adoro o Rildo Hora e já tinha visto a filha dele, Patrícia da Hora (Patrícia Alcântara da Hora, Rio de Janeiro,30/10/1971) cantando em coro nos DVD's do Fundo de Quintal e do Cidade do Samba, mas eu nunca a tinha visto cantando sozinha até surgir esse video. Ela tem uma voz maravilhosa.Amei, sem a sombra de dúvida!!!!
Em 1977, Rita Lee (Rita Lee Jones Carvalho, São Paulo, 31 de dezembro de 1947) gravou o compacto simples lançado pela Som Livre a primeira versão da música "Arrombou a Festa" (feita por ela mesma em parceria com o atual escritor e formado na Academia Brasileira de Letras Paulo Coelho e gravado juntamente com a banda Tutti-Frutti) na qual ela cita os grandes nomes da época como Gilberto Gil, Roberto Carlos, Martinho da Vila, Odair José, Raul Seixas, Caetano Veloso, Benito di Paula, Celly Campello e Chico Anysio."Às vezes as pessoas acham que eu fiz uma crítica a música popular brasileira, muito pelo contrário. Eu fiz uma homenagem , só que tinha um lado satírico, um lado irônico", diz a roqueira numa entrevista ao Video Show (Rede Globo) em 2002, quando a música fez 25 anos. "O Paulo Coelho que fez comigo a letra, a gente sempre ficava comentando, fazendo piadas sobre a gente, mesmo, inclusive eu mesma me incluí no 'Arrombou a Festa' ", completa. Em 1979, fez o "Arrombou a Festa II", incluído no seu LP no mesmo ano lançado também pela Som Livre.Com a febre da discoteca, Rita inclui Lady Lu, Miss Lene e Sidney Magal, entre outros. P.S.:Que tal se ela fizesse o "Arrombou a Festa 3 e 4, pois o que tem de artista hoje em dia pra zoar....É o fim dos tempos pra MPB!!!
Arrombou a Festa I Intérprete:Rita Lee Composição: Rita Lee - Paulo Coelho (P)1977 Som Livre Músicas Incidentais: **"Parei na Contramão" (Erasmo Carlos - Roberto Carlos) **"A Garota do Roberto" (Carlos Imperial-Eduardo Araújo) **"Tico-Tico no Fubá" (Eurico Barreiros - Zequinha de Abreu) **"Garota de Ipanema" (Antonio Carlos Jobim - Vinicius de Moraes) **"Mamãe eu Quero" (Vicente Paiva - Jararaca) **"Disparada" (Geraldo Vandré - Theo de Barros) **"Carcará" (José Cândido - João do Vale) Ai, ai, meu Deus, o que foi que aconteceu Com a música popular brasileira? Todos falam sério, todos eles levam a sério Mas esse sério me parece brincadeira
Benito lá di Paula com o amigo Charlie Brown Revive em nosso tempo o velho e chato Simonal Martinho vem da Vila lá do fundo do quintal Tornando diferente aquela coisa sempre igual Um tal de Raul Seixas vem de disco voador E Gil vai refazendo seu xodó com muito amor Dez anos e Roberto não mudou de profissão Na festa de arromba ainda está com seu carrão "Parei pra pesquisar..."
Ai, ai, meu Deus, o que foi que aconteceu Com a música popular brasileira? Todos falam sério, todos eles levam a sério Mas esse sério me parece brincadeira
O Odair José é o terror das empregadas Distribuindo beijos, arranjando namoradas Até o Chico Anísio já "bateu pra tu batê" Pois faturar em música é mais fácil que em tevê Celly Campello quase foi parar na rua Pois esperavam dela mais que um banho de lua E o mano Caetano tá pra lá do Teerã De olho no sucesso da boutique da irmã
Bilú, bilú, fafá, faró, faró, tetéia Severina e o filho da véia A música popular brasileira A música popular...
"Sou a garota papo firme que o Roberto falou" Da música popular... "O tico-tico nu, o tico-tico cu, o tico-tico pá rá rá rá..." Música popular... "Olha que coisa mais linda, mais cheia de..." Música popular... "Mamãe eu quero, mamãe eu quero Mamãe eu quero" a música popular brasilera!
Arrombou a Festa II Intérprete:Rita Lee Composição: Rita Lee e Paulo Coelho (P) 1979 Som Livre Músicas Incidentais: *"Conceição" (Dunga/ Jair Amorim) *"Lady Laura" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos) *"Parabéns Pra Você" (domínio público) *"Fé" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos - arranjo original Roberto Carlos:Jimmy Wisner) *"Meu Sangue Ferve Por Você" ("Melody Lady")("Melancolie") (K. Pancol / Jack Arel / C. Carrere /Freddie Meyer - versão: Serafim Costa Almeida) *"Sandra Rosa Madalena, a 'cigana' "(Livi - M. Cidras) *"Le Freak" (Nile Gregory Rodgers/Bernard Edwards - adaptação: Rita Lee) *"Disparada" (Théo de Barros/ Geraldo Vandré)
Ai, ai meu Deus O que foi que aconteceu Com a música popular brasileira? Quando a gente fala mal A turma toda cai de pau Dizendo que esse papo é besteira
Na onda discothéque da América do Sul Lenilda é miss Lene Zuleide é Lady Zu Pra defender o samba Contrataram Alcione É boa de pistom mas Bota a boca no trambone
No meio disso tudo A Fafá vem dar um jeito Além de muita voz Ela também tem muito peito E a música parece Brincadeira de garoto Pois quando ligo o rádio Ouço até Cauby Peixoto Cantando: Conceição
Ai, ai meu Deus O que foi que aconteceu Com a música popular brasileira? Quando a gente fala mal A turma toda cai de pau Dizendo que esse papo é besteira
O Sidney Magal rebola mais Que o Matogrosso Cigano de araque Fabricado até o pescoço E o Chico na piscina Grita logo pro garçom: "Afaste esse cálice e Me traz Moët Chandon!"
Com tanto brasileiro por aí Metido a bamba Sucesso no estrangeiro Ainda é Carmem Miranda E a Rita Lee parece que Não vai sair mais dessa Pois pra fazer sucesso Arrombou de novo a festa!
Ziri, ziriguidum Skindô, skindô lelê Sai da frente que eu quero é comer
A música popular brasileira Lady Laura A música popular... Parabéns a você Parabéns para a música popular...
[introdução instrumental da música "Fé"]
A música popular... Ah, eu te amo Ah, eu te amo meu amor Ai, Sandra Rosa Madalena Ah, ah, ah, ah O meu sangue ferve pela Música popular...
Oh, fricote! eu fiz xixi! Fricote! Eu fiz xixi Na Música Popular Brasileira
[trecho instrumental de "Disparada"]
Corre que lá vem os "homi"!
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Video:"Arrombou a Mídia"(Programa "Saia Justa", GNT) Apresentação de Mônica Waldvogel,Fernanda Young, Rita Lee e Marisa Orth
Arrombou a Mídia Rita Lee Composição: Rita Lee/Henrique Barsch
Ai ai meu Deus O que foi que aconteceu Com a Mídia Popular Brasileira Rádio e TV tem jabá Novelas ditam quem é Star Eu também quero ser marketeira
Tem sempre na tela um apresentador Vendendo a tragédia de algum cantor A fé corre o risco de fugir da igreja No canal do bispo, comercial de cerveja De meia em meia hora, uma nova pesquisa Mas como, se ninguém nunca me analisa? Por sorte meu controle anda tão descontrolado Eu mudo de canal e ele aperta o desligado... isto é uma vergonha!
Jornais falham mais que previsão de economista Tem crítico da hora que sonha ser artista Veja a Época de trair com mais prudência Velho viagrado Isto É a nova tendência Ricos e Famosos dão as Caras por Capricho Peladonas de hoje amanhã estão no lixo Manchete eterna palestinos e judeus Nossa Faixa de Gaza é na Cidade de Deus... eu aumento mas não invento!
Em outdoor desfila o mundo fashion très chic Morrendo de fome as top models têm chilique Dietas, malhações, botox saem pela goela Os Big McCoisa fazem mal e dão seqüela Fama Brother fraude no Limite do milhão Programas de barraco, pegadinhas, que armação! "Loiras apresentadoiras" tentam o estrelato Mas pra chegar à Hebe haja sola de sapato.. mexeu com você, mexeu comigo!
Editatoriais são pura megalomania Manipulando minha vida todo santo dia As FMs tocam a mesmice que eu não peço Nada mais parado que parada de sucesso Um ponto no Ibope custa a alma pro diabo E eu pago pra enfiar Tv à cabo pelo rabo Quatro enxeridas falam mais que Zarathustra É isso que dá juntar mulher de Saia Justa... Um beijo do gordo!
Gostaríamos de agradecer as quase 9 mil pessoas que estiveram no nosso show em Mauá de São Gonçalo e as mais de 8 mil presentes na quadra da Beija-Flor. Foi muito bom voltar para o Rio e ter essa troca de energia... ver todo mundo cantando e curtindo com a gente...
Vejam o que rolou por lá e esperamos vocês essa semana para os próximos shows!!!
Quando eu era criança não entendia muito bem a Páscoa. Só adorava procurar os ovinhos de chocolate que o coelhinho escondia. Mas, o que tem a ver coelho com ovos, seus símbolos, com a ressurreição de Jesus ou a fuga dos hebreus do Egito comandada por Moisés? Agora sei qual a relação de tudo isto. Os ovos são o símbolo do nascimento. Ali dentro, uma vida por vir ao mundo. É o eterno milagre da vida que renasce todos os dias. O coelho é o animal que se reproduz com uma velocidade estonteante, é uma ode à família, uma declaração de amor que a natureza faz todos dias. Renascer é nascer, somos nós mesmos que renascemos nos nossos filhos, é a vida que se pereniza na prole. A fuga dos hebreus é o fim da escravidão de uma povo. A escravidão equivale à morte, escravizar equivale a tirar a vontade e a alma de alguém, equivale a tirar sua vida. Se libertar da escravidão é viver de novo, é renascer, é estar sempre começando tudo de novo. Por fim, Jesus é a ressurreição. Quer prova mais clara do que digo? Este eterno milagre que nos encanta é o milagre da vida que a Páscoa nos relembra. A Páscoa é a ressurreição das nossas almas. Este é o dia de renascer, começar tudo de novo. De nos libertamos do mal que corrompeu nossas almas e nos recobrirmos com o véu da pureza da alma que tivemos um dia. Abandonar tudo o que é velho e antigo e olhar pra frente com coragem. Nos dedicarmos à vida como quem sorve o sumo de um fruto saboroso. Hoje é dia de renascer. Feliz Páscoa para todos. "Mensagem para a Páscoa"(autor desconhecido)
Depois do programa "Dorina Ponto Samba" da Rádio Nacional AM 1130, este é mais um programa sambista de rádio carioca que acompanho pela internet ao vivo, mas da rádio MPB Brasil (90,3 FM) que passa todas as sextas-feiras, das 17:30 às 19:00 e aos domingos, do meio-dia às 14:30.Inclusive, no ano passado, em 2008, foi gravado na Fundição Progresso (RJ), o DVD do show que leva o nome do programa com as participações de Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Diogo Nogueira Fundo de Quintal, Alcione e muitos outros.O programa recomendado a todos que amam o samba.Apesar da conexão não ser aquelas coisas (de vez em quando o audio pára, afinal o site mudou), vale a pena!
Samba Social Clube
Foi em 1917 que Donga lançou “Pelo telefone”, considerado o primeiro samba gravado. Em 2007, quando o samba comemorava seus 90 anos, a MPB FM resolveu marcar a data e criou o Samba Social Clube, programa que vai ao ar aos sábados e domingos, do meio-dia às duas da tarde, com duas horas de puro samba bem na hora do almoço.
Na programação, cantores e compositores consagrados – como Paulinho da Viola, Cartola, Zeca Pagodinho, Leci Brandão, João Nogueira, Alcione, Monarco, Clara Nunes, Beth Carvalho e Roberto Ribeiro – ao lado da nova geração do samba liderada pela rapaziada que anima as noites da Lapa – como o grupo Casuarina, Mart’nália, Teresa Cristina e Sururu na Roda.
Mais carioca, mais brasileiro, impossível! O SAMBA SOCIAL CLUBE é a melhor pedida para abrir o apetite por música e alegria. Ou alguém duvida do poder transformador do samba?
Quem não é ruim da cabeça, nem doente do pé, está, com certeza, ligado nos 90,3 MHz da MPB FM.
ARNALDO JABOR - Pagodinho é o malandro contra os pilantras - (2004)
O sucesso de Zeca Pagodinho tem uma importância para além da música. Zeca Pagodinho lembra meu avô. Eu vivi até os 8 anos no Rocha, subúrbio perto do Méier no Rio, ao lado da casa de meu avô, que era um perfeito carioca. Meu avô foi um belo retrato do Brasil dos anos 40/50. Era um malandro carioca - em volta dele, gravitavam o botequim, a gravata com alfinete de pérola o sapato bicolor, o cabelo com Gumex, o chapéu-palheta, o relógio de corrente, seu "Patek Phillipe" tão invejado; em volta dele ressoava a língua carioca mais pura e linda, com velhas gírias ("Essa matula do Flamengo é turuna!..."). Meu avô era orgulhoso de viver nesta cidade baldia e amada, o Rio que soava nas ondas do rádio, o Rio precário e poético, dos esfomeados malandros da Lapa, das mulheres sem malho e de seus sofrimentos românticos, entre varizes e celulite. Antes de morrer, ele me olhou, já meio lélé, e disse a frase mais linda: "É chato morrer, seu Arnaldinho, porque eu nunca mais vou à Avenida Rio Branco."
Por isso, ele me lembra o Zeca Pagodinho - ou melhor, o contrário - mas, tanto faz, porque não falo do Zeca por nostalgia não, nem por "amor às raízes" nem por um regressismo babaca a uma "autenticidade brasileira". Não é nada disso. Ele não nos traz nada "de volta". Zeca apenas reafirmou uma música e um comportamento carioca que sempre estiveram aí e que andavam soterrados debaixo dessa montanha de superficialidades que a indústria cultural produz, transformando os sambistas em bandos de neguinhos oportunistas que dançam com sorrisinhos de puxa-sacos na TV, com bundas de mulatas voando pelos palcos. As velhas-guardas eram "guardadas" como tesouro para nostálgicos se deliciarem. Zeca foi lá e tirou a velha-guarda do gueto e provou que a grande música popular continua a ser produzida nas periferias; só não é distribuída. Zeca revitaliza o partido alto, o samba de terreiro, a ética popular dos subúrbios e revela talentos desconhecidos que não tocavam no rádio. Zeca se vinga e vende milhões de discos. Zeca prova que o popular pode ser profundo, uma luz nova para re-vitalizar o país.
Zeca está fazendo esse sucesso imenso não apenas pela qualidade de seu trabalho. É também porque ele traz com seu carisma, um comportamento que existe na lembrança, quase no DNA dos brasileiros. Ele traz gestos, olhares, um jeito de cantar com a voz vagamente debochada, entre desconfiada e esperta dos antigos malandros com sua sabedoria inculta de fugir do trabalho, dos "safados" (os negros que se safavam), que tinham a inteligência "crítica" da vagabundagem carioca, recusando a exploração e saindo de banda para o prazer e a "viração".
Depois do período vergonhoso dos pagodes de butique, dos "tchans" na boca-da-garrafa, Zeca Pagodinho nos trouxe o fundo de quintal do subúrbio, o cabrito do seu Benedito, trouxe a cachacinha das mesas de botequim, a cervejinha musical, trouxe o doce machismo de malandros sofrendo por "patroas" e vadias, trouxe a elegância dos homens que sabiam dos perigos da vida, das sacanagens que a policia, políticos e patrões sempre aprontaram para os poetas populares.
Vivemos hoje num tempo em que os pobres são vistos ou como criminosos ou como desgraçados. As elites acham que pobre ou morre na enchente ou mata nas ruas. Zeca coloca no ar a voz pacífica e "desgrilada" dos desvalidos, seu ritmo de viver. Zeca traz um tempo mais calmo, uma fala e um canto mais lentos, cheios de gingas e fintas, zanzando no ritmo de viver suburbanamente, longe da velocidade infernal dos clipes, zips e zaps. Não há pressa, não há sufoco, mesmo dentro do sufoco; há uma satisfação conformada com o dia-a-dia sofrido, mas esperançoso: "é..cumpadi...tá ruim, mas vai melhorar...".
Depois de 68, (politicamente) e depois dos anos 80 (culturalmente), creio que alguma coisa essencial se havia perdido no Brasil. O malandro carioca - e tudo que ele inventou de leveza de preto forro, com o salto bailarino de escapista do "batente" - virou um pivetinho de fincaria. Nos anos 30 e 40, o malandro e sua cultura, principalmente na música popular, encarnavam a inconsciente defesa de um mundo livre, numa linhagem clara desde "o tempo do Rei". Perdeu-se o floreio, a delicadeza de um cotidiano material pobre, mas nítido, precário, mas habitado por personagens dignas e orgulhosas de sua tradição, no meio do banzé das classes urbanas.
Depois, o malando foi substituído pelo pilantra. O simplismo da indústria cultural de massas criou um empobrecimento artístico proposital. O malandro, essa figura meio "malazartes" de nossa história tinha uma linguagem e uma ética. No início dos anos 70, o pilantra triunfa com Simonal, Carlos Imperial, duplas malemolentes como Antonio Carlos e Jocafi, Brazucas etc... Surge o malandro de "mercado", o malandro querendo descolar um lugar na sociedade do "milagre". Os malandros tinham sumido. Zeca re-apresentou-o, hoje, nessa terra de corruptos e picaretas. O pilantra é o malandro oportunista.
Zeca com sua voz, com seu ritmo e tom, com os objetos de seu mundo nos propõe até mesmo uma mensagem política - sem pensar nisso, claro. Ele canta desconfiado dessas modernidades escrotas que nos cercam. Ele recupera o olho-vivo, um olho no gato outro no peixe fritando, ele não se deixa enrolar, deixa a vida lhe levar, não acreditando em mumunhas de "globalização" e coisa e tal, pois sabe que está "assim de gavião" em cima de nós, dentro e fora do Brasil. Zeca nos lembra que temos de viver o mundo de hoje, que temos o direito também de comer caviar, mas sem esquecer que não podemos tirar muita "chinfra", porque passamos séculos "vivendo na vala e pescando muçum"...
Sexta-feira uma equipe da revista Atrevida nos acompanhou nos shows da Rainbow e do Carioca Club para fazer uma matéria sobre os bastidores do Jeito Moleque. As meninas nos acompanharam até as 6h da manhã, quando nos despedimos para ir para Minas... Conversamos bastante e elas tiraram várias fotos, acho que vai ser uma matéria bem legal... Vejam no Limão algumas fotos de sexta!
Depois de "Apesar de Você" do Chico Buarque e "Vendaval da Vida" de Délcio Carvalho e Noca da Portela (interpretada por Alcione), essa é mais uma que fala por mim:"Discutível Perfeição", da dupla Sandy e Jr,pra aqueles que acham que sou um anjo de moça e que sou uma pessoa fácil de se lidar, porém, quando a minha máscara cair de propósito, não é nada disso que estão pensando .Portanto, se o meu jeito de ser desagrada alguém, lamento muito, pois, pra eu ser do agrado dos outros, terei que nascer de novo.Melhor dizendo, não devo satistações a ninguém.
Discutível Perfeição Por favor não me idealize Assim você tá fadado ao deslize Verdade seja dita Nada mais me irrita Do que essa estupidez
É melhor você ter certeza Tô longe de ser a Madre Tereza Não pise no meu calo Ou viro bicho e falo o que não quer ouvir
Admito, eu vivo maquiada Minha vida é mesmo tão sofisticada [nem tanto] Saiba, esse glamour não dura o tempo inteiro Eu também preciso ir ao banheiro
A princesa também sente,chora,sofre, Sonha e ouve não Eu prefiro a verdade a essa discutível perfeição
*A princesa também briga, encrenca, berra e fala palavrão Me recuso a buscar essa discutível perfeição*
Já tá mais do que comprovado Mentira um dia escorre pelo ralo Taxada de mimada, Rapunzel aprisionada Eu nem vou ligar.
Mas vê se pelo menos Mude o texto Ou tá arriscando o seu emprego? Pense grande, o seu destino é bem maior Tenha fé Do que ficar caçando alguém pra pegar no pé.
A princesa também sente, chora, sofre, Sonha e ouve não (ouve não) Eu prefiro a verdade a essa discutível perfeição A princesa também briga, encrenca, berra e fala palavrão (mas só se eu quiser) me recuso a buscar essa discutível perfeição.
Preste atenção, tome cuidado Boca fechada não entra mosquito, diz o ditado Respeite meus longos anos de estrada De boba é que eu não tenho nada, não, não, não, não
A princesa também Sente, chora, sofre, Sonha e ouve não, Também mente, é inconseqüente, Tem preguiça, Perde a direção Porque ninguém nesse mundo é cem por cento Cheio de razão.
Me recuso a buscar essa Discutível perfeição.
"Discutível Perfeição", de Sandy e Tatiana Parra Sandy & Jr (Universal Music, 2006)